sexta-feira, 20 de março de 2009

Quatro pés de vento


Quatro pés de vento

Um réquiem para quatro patas.

Não há dois lugares onde o vento sopre igual. E o vento nunca sopra da mesma forma duas vezes. Então, se você quiser dividir algo único com alguém, divida o vento. Um sopro de vento dividido é uma raridade que não se repete. Um daqueles momentos que eternizam o próprio tempo.

Uma tarde de sol dourando o verde, sentar na grama com o céu soprando forte as nuvens, cabelos, pelos, e todos os cheiros e sons do mundo. Hoje, o vento sopra lembranças de uma tarde verde e azul, lembranças de preto e branco e de um vento dividido sob parapentes voadores e cumplicidade. Hoje, o vento sopra torto com a lembrança de que o vento nunca mais soprará igual. Hoje o vento lembra que, aquele vento, jamais deixará soprar; trazendo todos os cheiros e sons e lembranças do mundo. O vento é o uivo do mundo.



4 comentários:

Anônimo disse...

eu tinha lido, mas nao sabia que era teu. muito bom.

D. Lopes (@dessine) disse...

já tá com os devidos créditos no meu orkut, ok? foi tudo tao rápido, mta gente veio prestar sentimentos. o fusquinha ta se batendo de orgulho no céu dos cachorros. com aquela pata maldita, pedindo carinho na barriga.

Marcelo Labes disse...

O vento é o uivo do mundo. Que bela frase para encerrar um belo texto. Andei longe daqui e, agora, ao retornar, um prazer imenso por ter ido e ter sabido retornar. Abraço.

Sílvia Mendes disse...

Há tempos que não passo por aqui. Uma bela surpresa voltar e encontrar um textículo tão demais... Lindo, mesmo.