sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Wallpaper quixotesco
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Rodrigo Oliveira
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Aos 18
Esse autorretrato tem uns 11 anos. Achei esses dias. Careca da época do vestibular. Meio delinquente juvenil, não?
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Rodrigo Oliveira
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Meme
Não sou lá muito fã dessa parada de meme. Meio baitola, isso, não? Mas como foi indicação do Daniel, resolvi responder e deixar de ser brucutu. Toma lá:
1. Livro/autor(a) que marcou sua infância:
Livros infantis ilustrados que nunca soube o autor (tinha uma série com bichinhos que eu lia bastante). Quadrinhos infantis (Maurício de Souza e Disney). Ziraldo. Pequeno Príncipe. E uns livros que apareciam aqui em casa não sei da onde nem os autores, mas lembro de um "Gênio do Crime", "Os meninos da rua Paulo", "A Cabra Azul", e mais uns que eu não lembro agora, mas tudo nessa linha.
2. Livro/autor(a) que marcou sua adolescência:
Não sei onde começa a adolescência e termina a infância, mas no começo foi a coleção Vagalume, acho. Alguns quadrinhos, ainda. Em fins de 2° grau e início de faculdade passei para Marion Zimmer Bradley, Stephen King e Anne Rice.
3. Autor(a) que mais admira:
Saramago, Shakespeare, Tolkien (NERD!), Poe, e os clássicos que fizeram aquelas obras fodásticas todas.
4. Autor(a) contemporâneo:
Saramago e Garcia Marquez (q li pouco mas curti). E to descobrindo os locais, como o Labes, o Viegas, o Radünz e o Endoença. (os links levam para o q já escrevi sobre eles aqui no blog, exceto o do Endoença)
5. Leu e não gostou:
Senhora, do José de Alencar (obrigado no segundo grau e com ódio eterno sem saber bem porque). De resto não lembro agora. (não vou citar PC pq pelo q vi nos blogs da galera ele já tá bombando)
6. Lê e relê:
Graphic Novels (HQ que a gente não chama de gibi pra parecer mais importante). Alguma coisa de Saramago. Poemas sempre à mão de autores variados. Na verdade eu deveria reler mais coisas...
7. Manias:
De achar que marcar livros ou textos muda o texto. Se fosse pra ter um grifo ali o autor o teria colocado.
Parece que essa bagaça é meio vírus e vc tem que passar pra outro senão bodes malucos vão comer seu fígado. Como eu prezo meu fígado, passo a bola pro povo aí embaixo, que eu não vou nem avisar:
Os meus colegas duelistas:
Thiago Floriano - http://thiagofloriano.wordpress.com/
Marina Melz - http://marinamelz.wordpress.com/
e Félix Rosumek - http://santuariodosdelirios.blogspot.com/
(Fábio já respondeu)
O novo camarada viajante viajão e poeta Marcelo R. Mello:
http://cozinhapoesia.blogspot.com/
E o já mencionado aqui:
Viegas Fernandes da Costa - http://viegasdacosta.blogspot.com/
E minhas considerações ao Costadessouza, pela lembraça. Abraço, rapá!
1. Livro/autor(a) que marcou sua infância:
Livros infantis ilustrados que nunca soube o autor (tinha uma série com bichinhos que eu lia bastante). Quadrinhos infantis (Maurício de Souza e Disney). Ziraldo. Pequeno Príncipe. E uns livros que apareciam aqui em casa não sei da onde nem os autores, mas lembro de um "Gênio do Crime", "Os meninos da rua Paulo", "A Cabra Azul", e mais uns que eu não lembro agora, mas tudo nessa linha.
2. Livro/autor(a) que marcou sua adolescência:
Não sei onde começa a adolescência e termina a infância, mas no começo foi a coleção Vagalume, acho. Alguns quadrinhos, ainda. Em fins de 2° grau e início de faculdade passei para Marion Zimmer Bradley, Stephen King e Anne Rice.
3. Autor(a) que mais admira:
Saramago, Shakespeare, Tolkien (NERD!), Poe, e os clássicos que fizeram aquelas obras fodásticas todas.
4. Autor(a) contemporâneo:
Saramago e Garcia Marquez (q li pouco mas curti). E to descobrindo os locais, como o Labes, o Viegas, o Radünz e o Endoença. (os links levam para o q já escrevi sobre eles aqui no blog, exceto o do Endoença)
5. Leu e não gostou:
Senhora, do José de Alencar (obrigado no segundo grau e com ódio eterno sem saber bem porque). De resto não lembro agora. (não vou citar PC pq pelo q vi nos blogs da galera ele já tá bombando)
6. Lê e relê:
Graphic Novels (HQ que a gente não chama de gibi pra parecer mais importante). Alguma coisa de Saramago. Poemas sempre à mão de autores variados. Na verdade eu deveria reler mais coisas...
7. Manias:
De achar que marcar livros ou textos muda o texto. Se fosse pra ter um grifo ali o autor o teria colocado.
Parece que essa bagaça é meio vírus e vc tem que passar pra outro senão bodes malucos vão comer seu fígado. Como eu prezo meu fígado, passo a bola pro povo aí embaixo, que eu não vou nem avisar:
Os meus colegas duelistas:
Thiago Floriano - http://thiagofloriano.wordpress.com/
Marina Melz - http://marinamelz.wordpress.com/
e Félix Rosumek - http://santuariodosdelirios.blogspot.com/
(Fábio já respondeu)
O novo camarada viajante viajão e poeta Marcelo R. Mello:
http://cozinhapoesia.blogspot.com/
E o já mencionado aqui:
Viegas Fernandes da Costa - http://viegasdacosta.blogspot.com/
E minhas considerações ao Costadessouza, pela lembraça. Abraço, rapá!
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Casa Grande
bronha-me um poema
de mãos
de-leite
fela-me num canto de lábios de melado
que só a moenda tua extrai-me
da cana
o sumo que alimenta teus engenhos
de mó que geme e chora
e dos teus lábios de cor
Cacau
o ósculo cede
que acende a sede
da seda da sede
dos teus encantos crioulos
E só, sigo
a senda que finda na fenda
do teu grão de café
de mãos
de-leite
fela-me num canto de lábios de melado
que só a moenda tua extrai-me
da cana
o sumo que alimenta teus engenhos
de mó que geme e chora
e dos teus lábios de cor
Cacau
o ósculo cede
que acende a sede
da seda da sede
dos teus encantos crioulos
E só, sigo
a senda que finda na fenda
do teu grão de café
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Rodrigo Oliveira
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Xadrez³
Esse foi da última rodada do Duelo. O texto dessa rodada eu já postei e tá lá se vc quiser conferir. Logo posto algo original pra cá, mas queria deixar esse aqui tb, vai.
— Não falta muito agora. Você tem certeza que é comigo que pretende passar essas últimas horas?
e4
— Obviamente eu não poderia passar com ela, poderia?
c5
— Me espanta que alguém tão sofisticado possa ter feito o que você fez.
Cf3
— Me espanta que alguém tão culta possa pensar assim, detetive. Nunca leu, Sade?
d6
— Então é isso? Para quem pretendia ser um novo marquês você está muito mais para Nabokov, doutor.
d4
— Andou perambulando pela minha biblioteca novamente, detetive? Eu aceito o peão.
cxd4
— Não me diga que realmente tudo isso foi feito apenas por uma paixão literária, uma tentativa de igualar-se a Nabokov. E eu também aceito seu presente.
Cxd4
— Ah, ah. Não, foi por uma paixão muito mais carnal. Minhas paixões intelectuais eu prefiro dividir com você. A não ser é claro que você prefira passar estas últimas horas em uma paixão... menos intelectual.
Cf6
— Eu achei que não fizesse o seu tipo. Talvez madura demais?
Cc3
— O fruto recém colhido é de fato mais suculento. Você poderia ser menos austera detetive.
a6
— E o senhor mais ponderado. Quem sabe assim não estaria aqui.
Be2
— Humpf! Você sabe que eu tenho uma queda por xadrez. Especialmente em uma saia de pregas. Acho que foi ela que me capturou primeiro.
e6
— Ela era uma menina!
0-0
— Ora, porque tão na defensiva, detetive. Eu cometi meus pecados. E agora vou pagar por eles. Eu não sou santo, detetive. E ainda que fosse, meus bispos são todos negros, não?
Be7
— Você mais do que ninguém deveria saber que as pretas só deveriam se mexer se as brancas fizessem o primeiro movimento.
f4
— Ah, mas não fui eu quem movi as primeiras peças. Foi ela. Ela e aquela saia xadrez. Foi apenas o impulso decapturar uma dama.
Dc7
— Você poderia ter parado. Você sabe que poderia. Você nunca perde controle, lembra? Não é você que ensaia cada movimento? Agora são os bispos brancos que estão atrás de você. E eles vão capturá-lo. Você deveria ter parado.
Be7
— Peça tocada, peça jogada, detetive.
0-0
— Essa é uma defesa muito pobre para um homem do seu calibre.
g4
— Calma, detetive. Esse roque ainda me ganhará o jogo. Além de proteger o rei.
Te8
— Ou aprisioná-lo?
g5
— Me diga, detetive. Qual o sabor da vingança? É verdade o que dizem? Que ela vem à cavalo?
Cfd7
— Justiça, doutor. Não é de vingança que estou atrás. Se fosse, não estaria aqui com o senhor agora.
f5
— No fundo acho que você gosta de mim, detetive.
Ce5
— O meu respeito intelectual não diminui a aversão pelos seus atos, se é o que quer saber.
Bd3
— É uma pena, detetive. Porque eu gosto de você. Quem sabe com um novo visual eu gostaria até mais. Quem sabe... uma saia xadrez?
Cbc6
— Não vejo graça, além do mais prefiro homens que não estejam presos a tais estereótipos.
Dh5
— Escolha interessante de palavras. Mas por que foge a dama?
Bd7
— Fuga? Olhe o jogo, doutor. Não sou eu que preciso fugir.
Tf4
— Espera que eu o faça?
g6
— O senhor sabe que todas as saídas estão cobertas. Eu sei que o senhor não tentaria nada estúpido. Não é do seu feitio.
Dh6
— Certamente. Dócil como um padre. Ou um bispo.
Bf8
— Essa dama não se deixa capturar tão facilmente, doutor.
Dh3
— Não adianta proteger a dama, detetive, quando o rei é fraco.
Cxd4
— Pra você é tudo um jogo, não?
Bxd4
— E os dois lados precisam caminhas pelas casas brancas e negras.
Bg7
— Você poderia escolher caminhar pelas casas certas, doutor.
Taf1
— E é você quem define quais são essas casas?
Nxd3
— Eu só garanto que as pessoas caminhem nas casas determinadas.
Bxg7
— E quem é esse rei que determina as casas, detetive?
Cxf4
— A sociedade, doutor. Não eu; não você. A sociedade.
Txf4
— Eu tenho uma novidade para você, detetive. Seu rei está em xeque.
Dc5+
— O jogo não acabou.
Rg2
— É tudo uma questão de tempo. Enquanto os peões se movem, o relógio corre.
h5
— Talvez a sociedade não seja perfeita, mas têm torres sobre as quais se erguer. Sem isso, tudo mais ruiria.
Th4
— Até as torres caem. E não se esqueça que se o rei cair, as torres caem com ele.
ef5
— Logo um padre virá vê-lo, antes que tudo termine.
Bf6
— Essa é só mais uma de suas torres em ruína. Pode dispensá-lo.
Te6
— As torres podem ser determinantes para o jogo, doutor.
Txh5
— As torres se contentam em capturam peões. Os reis caem para as damas. E parece que as suas torres já estão caindo, detetive.
gxh5
— Mas a dama continua de pé.
Qxh5
— Sim. As damas é que exigem os maiores cuidados.
Txf6
— Parece que elas é que deveriam ter cuidado com o senhor.
gxf6
— De fato eu adoro capturar uma dama.
De3
— Ela era jovem demais para ser uma dama!
Cd5
— Uma dama bem colocada sem nos coloca em xeque.
Dxe4+
— Mas um verdadeiro rei deve saber se esquivar, doutor.
Rf2
— As damas, detetive, são implacáveis. Xeque!
Dd4+
— Os reis devem ser mais.
Re1
— Mas o rei sempre cai frente a uma saia xadrez. Xeque novamente.
Te8+
— Xeque!
Ce7+
— Uma hora detetive, xeque...
Txe7
— ...
fxe7
— A dama sempre encurrala o rei. O jogo acabou.
De3+
— Não, doutor. O jogo acabou há muito tempo. Só lhe falta deitar o rei.
Xadrez³
— Não falta muito agora. Você tem certeza que é comigo que pretende passar essas últimas horas?
e4
— Obviamente eu não poderia passar com ela, poderia?
c5
— Me espanta que alguém tão sofisticado possa ter feito o que você fez.
Cf3
— Me espanta que alguém tão culta possa pensar assim, detetive. Nunca leu, Sade?
d6
— Então é isso? Para quem pretendia ser um novo marquês você está muito mais para Nabokov, doutor.
d4
— Andou perambulando pela minha biblioteca novamente, detetive? Eu aceito o peão.
cxd4
— Não me diga que realmente tudo isso foi feito apenas por uma paixão literária, uma tentativa de igualar-se a Nabokov. E eu também aceito seu presente.
Cxd4
— Ah, ah. Não, foi por uma paixão muito mais carnal. Minhas paixões intelectuais eu prefiro dividir com você. A não ser é claro que você prefira passar estas últimas horas em uma paixão... menos intelectual.
Cf6
— Eu achei que não fizesse o seu tipo. Talvez madura demais?
Cc3
— O fruto recém colhido é de fato mais suculento. Você poderia ser menos austera detetive.
a6
— E o senhor mais ponderado. Quem sabe assim não estaria aqui.
Be2
— Humpf! Você sabe que eu tenho uma queda por xadrez. Especialmente em uma saia de pregas. Acho que foi ela que me capturou primeiro.
e6
— Ela era uma menina!
0-0
— Ora, porque tão na defensiva, detetive. Eu cometi meus pecados. E agora vou pagar por eles. Eu não sou santo, detetive. E ainda que fosse, meus bispos são todos negros, não?
Be7
— Você mais do que ninguém deveria saber que as pretas só deveriam se mexer se as brancas fizessem o primeiro movimento.
f4
— Ah, mas não fui eu quem movi as primeiras peças. Foi ela. Ela e aquela saia xadrez. Foi apenas o impulso decapturar uma dama.
Dc7
— Você poderia ter parado. Você sabe que poderia. Você nunca perde controle, lembra? Não é você que ensaia cada movimento? Agora são os bispos brancos que estão atrás de você. E eles vão capturá-lo. Você deveria ter parado.
Be7
— Peça tocada, peça jogada, detetive.
0-0
— Essa é uma defesa muito pobre para um homem do seu calibre.
g4
— Calma, detetive. Esse roque ainda me ganhará o jogo. Além de proteger o rei.
Te8
— Ou aprisioná-lo?
g5
— Me diga, detetive. Qual o sabor da vingança? É verdade o que dizem? Que ela vem à cavalo?
Cfd7
— Justiça, doutor. Não é de vingança que estou atrás. Se fosse, não estaria aqui com o senhor agora.
f5
— No fundo acho que você gosta de mim, detetive.
Ce5
— O meu respeito intelectual não diminui a aversão pelos seus atos, se é o que quer saber.
Bd3
— É uma pena, detetive. Porque eu gosto de você. Quem sabe com um novo visual eu gostaria até mais. Quem sabe... uma saia xadrez?
Cbc6
— Não vejo graça, além do mais prefiro homens que não estejam presos a tais estereótipos.
Dh5
— Escolha interessante de palavras. Mas por que foge a dama?
Bd7
— Fuga? Olhe o jogo, doutor. Não sou eu que preciso fugir.
Tf4
— Espera que eu o faça?
g6
— O senhor sabe que todas as saídas estão cobertas. Eu sei que o senhor não tentaria nada estúpido. Não é do seu feitio.
Dh6
— Certamente. Dócil como um padre. Ou um bispo.
Bf8
— Essa dama não se deixa capturar tão facilmente, doutor.
Dh3
— Não adianta proteger a dama, detetive, quando o rei é fraco.
Cxd4
— Pra você é tudo um jogo, não?
Bxd4
— E os dois lados precisam caminhas pelas casas brancas e negras.
Bg7
— Você poderia escolher caminhar pelas casas certas, doutor.
Taf1
— E é você quem define quais são essas casas?
Nxd3
— Eu só garanto que as pessoas caminhem nas casas determinadas.
Bxg7
— E quem é esse rei que determina as casas, detetive?
Cxf4
— A sociedade, doutor. Não eu; não você. A sociedade.
Txf4
— Eu tenho uma novidade para você, detetive. Seu rei está em xeque.
Dc5+
— O jogo não acabou.
Rg2
— É tudo uma questão de tempo. Enquanto os peões se movem, o relógio corre.
h5
— Talvez a sociedade não seja perfeita, mas têm torres sobre as quais se erguer. Sem isso, tudo mais ruiria.
Th4
— Até as torres caem. E não se esqueça que se o rei cair, as torres caem com ele.
ef5
— Logo um padre virá vê-lo, antes que tudo termine.
Bf6
— Essa é só mais uma de suas torres em ruína. Pode dispensá-lo.
Te6
— As torres podem ser determinantes para o jogo, doutor.
Txh5
— As torres se contentam em capturam peões. Os reis caem para as damas. E parece que as suas torres já estão caindo, detetive.
gxh5
— Mas a dama continua de pé.
Qxh5
— Sim. As damas é que exigem os maiores cuidados.
Txf6
— Parece que elas é que deveriam ter cuidado com o senhor.
gxf6
— De fato eu adoro capturar uma dama.
De3
— Ela era jovem demais para ser uma dama!
Cd5
— Uma dama bem colocada sem nos coloca em xeque.
Dxe4+
— Mas um verdadeiro rei deve saber se esquivar, doutor.
Rf2
— As damas, detetive, são implacáveis. Xeque!
Dd4+
— Os reis devem ser mais.
Re1
— Mas o rei sempre cai frente a uma saia xadrez. Xeque novamente.
Te8+
— Xeque!
Ce7+
— Uma hora detetive, xeque...
Txe7
— ...
fxe7
— A dama sempre encurrala o rei. O jogo acabou.
De3+
— Não, doutor. O jogo acabou há muito tempo. Só lhe falta deitar o rei.
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Literatura - Prosa,
Rodrigo Oliveira
domingo, 4 de janeiro de 2009
O verbo mudo
O conto é, em essência, narrativa. Narrativa pressupõe ação. A mais comum expressão da ação na literatura se dá através do verbo. O que aconteceria então se excluíssemos o verbo da narrativa? Com esse intuito prôpus, no Duelo de Escritores o tema "Texto sem verbo". A minha solução para o experimento, segue abaixo. E quem quiser conferir outras saídas pro problema proposto, pode ver o texto dos outros duelistas no Duelo. É só clicar no link ali ao lado.
O verbo mudo.
Ping!
— Bom dia.
— Bom dia. Nono, por favor.
— Pois não.
Entre as quatro paredes de metal, eu e o ascensorista. E Ray Connif na rádio interna. Sete anos, a mesma rotina. A mesma música. Os mesmos nove andares. Mas não hoje.
— Aliás, oitavo.
— Oitavo?
— Oitavo.
— Pois não, senhor.
Ping!
— Oitavo, senhor.
— Obrigado.
Do corredor à porta de incêndio. Nas escadas, um degrau por vez. Passo a passo. Cada vez mais alto até a porta com o número nove. Novo corredor. O velho corredor. O corredor de todos os dias. Dez passos até a porta de madeira. A mesma empresa. Os mesmos rostos. Os mesmos bom dias falsos. Hoje, sem resposta. Hoje sem sorriso.
A porta de vidro transparente. A sala do chefe. Porta a dentro.
Um único verbo, silencioso, num dedo médio em riste.
O verbo mudo.
Ping!
— Bom dia.
— Bom dia. Nono, por favor.
— Pois não.
Entre as quatro paredes de metal, eu e o ascensorista. E Ray Connif na rádio interna. Sete anos, a mesma rotina. A mesma música. Os mesmos nove andares. Mas não hoje.
— Aliás, oitavo.
— Oitavo?
— Oitavo.
— Pois não, senhor.
Ping!
— Oitavo, senhor.
— Obrigado.
Do corredor à porta de incêndio. Nas escadas, um degrau por vez. Passo a passo. Cada vez mais alto até a porta com o número nove. Novo corredor. O velho corredor. O corredor de todos os dias. Dez passos até a porta de madeira. A mesma empresa. Os mesmos rostos. Os mesmos bom dias falsos. Hoje, sem resposta. Hoje sem sorriso.
A porta de vidro transparente. A sala do chefe. Porta a dentro.
Um único verbo, silencioso, num dedo médio em riste.
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Rodrigo Oliveira
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