quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Cansei de ser pedante.

Cansei de ser pedante.
Vou ser tosco e desregrado.
Beber Bukowski e cheirar dos Anjos.
Rasgar o verbo na sarjeta literária.

Vou acordar no beco com o beijo dos cães.
Ter versos cantados pra putas de tetas caídas.
Vou vender o Kafka que me restou,
pra comprar um cigarro avulso e literatura de quinta.

O clássico ficou velho. Caduco.
Não me emociono mais com um mictório qualquer,
nem com um neólogodepalavrasgrudadas.

Com o verbo tosco que me resta,
serei pequeno e medíocre.
Vou mandar o mundo,
a arte,
à merda.

E andar fedido pelos becos até que um mendigo me deite veneno ao ouvido.

4 comentários:

Rodrigo Oliveira disse...

Esse é um poema já bem antigo. Até achei q já tinha postado aqui. Como ainda não o fiz e não tenho nada de novo pra falar, ficam estes versos de tapar buraco e ocupar pixels.

Marcelo Labes disse...

Não são somente palavras de ocupar pixels? São? Não podem ser: são agora as minhas palavras, que roubo - ingenuamente - nas linhas alheias.

Abraço.

Anônimo disse...

u escreveu que ia deixar de ser pedante a um tempão? não aprende nada, não? hahahaha

todos os teus textos são pedantes! E por isso que tu ganha toda rodada do duelo! hahaha
inclusive meus votos, diga-se de passagem.

mas eu ainda prefiro mil vezes um arroto que não caiu bem do que uma declaração à luz da lua.

eu gosto é do estrago!

Sílvia Mendes disse...

E tem coisa mais pedante do que essa intertextualidade toda? Daria pra encher de hiperlinks muitos dos teus textos. Eu acho esse pedantismo legal. xD