domingo, 4 de outubro de 2009

Desmetrica Mente

tanto tempo
tantintento
tem totanto
me livrar

da forma
(a que dá forma)
........[a queda à forma]
que disforma
que deforma
que conforma
........com forma

transtorno
transtorno
transpiro
expiro
esporro

preso à pressa
à prece à prensa
preso à porra da madrerrima
spiritum sanctum do verso nostrum

........[vade-mécum
........(vá de retro)

Relicário velho
Relicário relho
Reles cárie
........(extração)

me afeta
o afeto
infecto
incerto inseto
inserto goelabaixo

e
me apego
me apago
no pirófagafago
de línguas de fogo
do verso pagão

enterro interno
o verso beato
com uma pá de terra
duas pás de cal

e um punhado de pretérita certeza

4 comentários:

Naathi disse...

Vi seu post "À mainha morta" no Blog Duelo de Escritores e vim aqui parabenizar o belíssimo trabalho.

Costa disse...

Uma lição de arte pras regras da beleza. Adoro jogos de palavras. E também curto a beleza provocada por rimas e métrica. É ritmo. Mas este poema é um grito de independência da sonoridade desmedida. Deste vazão a esse canal de ligações sonoras que de uma palavra puxa outra (isso tem nome?) e tornaste o poema belo sem métrica, e ofendendo a própria.
coitada!Parabéns!
abraço! e obrigado pela indicação lá na Furb!

Cristiano Contreiras disse...

Blog bem conceitual, interessante, a literatura cativa! ;)

vou te seguir!

Jacques disse...

um monte de futurto incerto!!! rsrs Legal. Abcs