sexta-feira, 20 de maio de 2016
Pela flor caiçá
Pela flor caiçá
Deste rio
tão caudaloso
só quero a margem.
Só a margem
não corre.
E sem corrente
(de repente?)
se é livre.
Mas o rio ruge
tão perto!
[tão alto]
Voraz
Engole tudo:
troncopauepedra
Engole a capivara que pasta de cabeça baixa, perto demais.
Engoliu o barco que ali ficava.
Engoliu a ponte que nunca existiu.
E os patos de borracha,
que boiam sobre a torrente,
(ainda não o sabem)
há também de engolir.
Tão caudaloso esse rio,
tão barulhento
e barrento
corre,
sem perceber que não tem por destino outro
que dar de frente
com outra corrente
e, engolido, sumir no mar.
O rio correu
roeu
levou morro e rocha e a capivara que nele entrou.
Mas a margem,
ainda que roída,
moída
doída
e arranhada,
permanece.
E quando a água baixar
ali vai brotar
uma flor caiçá.
Escrito certamente influenciado por esse texto do @saobrabo.
Foto do 7Themes, aqui.
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domingo, 15 de maio de 2016
A última folha
Sempre resta uma última folha que insiste em se agarrar ao galho, ainda que o outono há muito já se tenha ido e que o inverno se adense. Resta sempre uma folha a balançar no ocaso.
Ilustra em Photoshop
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Rodrigo Oliveira
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