sexta-feira, 7 de março de 2014

Promessa de ano novo


Promessa de ano novo

É dois mil e catorze e eu ainda não fiz um poema.
E se o mundo acabar
e o se o sol não raiar

amanhã?

E se o chão se abrir
antes de mim?

E se chover a última chuva
ou brilhar a última estrela?
Se a última lua cair

sobre mim?

Já é dois mil e catorze e eu ainda não
 [te]
fiz um poema.

3 comentários:

Unknown disse...

Já é dois mil e catorze e eu ainda não parei de refletir sobre como é difícil viver sem se deprimir, bastaria que as pessoas agissem de modo mais simples e deixassem de reprimir tudo aquilo que as faz sorrir.

Já é dois mil e catorze e depois de ler todas essas suas pressuposições, pergunto-me: deveria eu encontrar uma maneira de seguir sem deixar a liberdade do meu ser se esvair?


Que saudade sinto dos teus poemas, deixam a vida mais leve.

Um abraço, Rodrigo.

Rodrigo Oliveira disse...

Não importa o ano, eu acho, que é ainda mais arbitrário do que a maioria das definições pelas quais nos pautamos, felicidade e liberdade às vezes parecem horizontes intocáveis. Por outro lado, a necessidade constante e ininterrupta desses ideais talvez seja, ela mesma, mais uma definição restritiva de nossa parte. Liberdade ou felicidade plenas, constantes e imutáveis, talvez não sejam possíveis. E talvez isso não seja nada demais. A vida poderia ser mais simples, menos reprimida, mas não seria, ainda assim, uma utopia de perfeição. Talvez, desde que haja espaço para poesia (para encontrá-la) estaremos todos bem. E vida mais leve.
Hoje eu encontrei nesse seu comentário ;)

ViniOrsolon disse...

Grande poema, é também o meu primeiro do ano, no caso, lido... Infelizmente, a correria do dia-a-dia nos faz desperceber essas coisas simples que, na verdade, são grandiosas.. Um céu estrelado, dificilmente visto na cidade, é lindo de se ver, mas é algo que acontece todo dia, daí nos esquecemos quão especial é, por exemplo...

Rodrigo, li seu comentário no Relicário na foto postada no dia 17/03 e fiquei curioso para ver seu blog! Confesso que amo mais as fotografias do que as poesias(principalmente as do Relicário), mas gostei de visitar seu blog e, com certeza, voltarei mais vezes... Então, não desista de alimentar o blog, já que te faz feliz e pode dar uma ponta de refúgio a quem é massificado pela rotina diária. (:

Até mais!