quarta-feira, 26 de março de 2014
Sorvo de Saudade
Sorvo de Saudade
Eu vejo os teus traços todos os dias,
onde sorvo a saudade a cada manhã.
Eu solto balões a todo momento, pra que eles se percam
se percam ao vento
até estourar em algum lugar
bem alto,
bem alto, onde ninguém possa ouvir.
Eu te vejo
tatuada nas outras
Eu me queixo
da toada das coisas
Eu me deixo
pensar um momento
na rima que não ouso fazer.
E grito bem alto,
bem alto,
onde ninguém possa ouvir.
Bem alto,
bem alto.
[...]
Que ninguém possa ouvir.
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Rodrigo Oliveira,
Saudade
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3 comentários:
Dizer que fiquei sem palavras possivelmente é o melhor comentário a ser feito. Tua literatura simplesmente me tira o fôlego. Saudades de ti!
Pensei deveras na minha atual vivência com base na fugidia promessa de um futuro longínquo que eu nem ao menos sei se vai se concretizar e na sobrevivência apoiada no passado que nada deixou, além de lembranças agradáveis. Como diria García Márquez acerca de Fermina Daza, "se não enlouqueceu de desespero foi porque sempre encontrou alívio na lembrança". E neste momento eu sorvo de saudade: do meu ser e de tudo que eu sou, mas acha-se apagado. E eu grito, Rodrigo, grito tão alto que ele então aparece: o silêncio, aquele de dentro da gente, sabe? E somente aqueles que o possuem entenderão.
Mas é com otimismo que, embora sorvendo de saudade, digo-te, parafraseando Ricardo Reis:
Quando, Rodrigo, vier o nosso outono
Com o inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem
(...)
Senão para o que fica do que passa.
Suas poesias? Enriquecem meu ser, obrigada.
Abraços, Rodrigo.
Fiz um post lá no meu blog para responder aquele comentário teu, espero que leia.
Abraços, Rodrigo.
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