Eu
sou filho da seca
Devoto da chuva
Oro ao trovão.
Ao fogo que rasga das nuvens
Fazendo água
Em meio ao clarão.
Eu sou da terra rachada.
O sangue da seca
No leito arenoso
Da veia vazia.
Eu que canto o clamor da fome
No pasto vazio, na terra queimada.
No poço seco sem eco
Não me espelho mais.
Um filho da seca
Orando pra chuva
Voltar a cair.
Um devoto da chuva
Orando pro santo
Do sertão ouvir.
Filho da seca
Devoto da chuva
Aguardo o porvir.
domingo, 22 de junho de 2008
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2 comentários:
Há 2 meses não chovia em BH. Foi só um blumenauer pisar por lá que choveu. Um pé frio é bem mais útil que uma prece =)
Amo poesia, qndo fala da chuva e sobre algo que incomoda me faz mais sentido. Me faz sentir. Dificil explicar sensações.
Devolvendo a visita, cresci mais um pouco intelectualmente!
=)
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