sexta-feira, 7 de outubro de 2016
Antes dos girassóis
Antes dos girassóis
Vincent viu o meu ipê
e sorriu amarelo
Pra esse cogumelo
(nuclear)
que precipita cor de ouro
feito chuva (ácida)
Que tinge a grama verde e cobre
de cor viva
de flor morta
todo o raio da explosão.
O clarão de ouro
passa a bronze.
Enferruja, o chão.
De-com-põe-se.
Ipê, ainda de pé.
Esqueleto armado.
Relicário da explosão
de amarelo
que já foi.
Vincent viu o meu ipê
e tirou o chapéu,
desnudando a orelha
lacerada
em sinal de respeito.
"O amarelo é triste", disse.
E ensinou ao mundo o que aprendeu com meu ipê.
Cada flor que caía era lágrima amarela,
feito tinta esparramada
tristeza sobre tela.
Toda a tristeza do mundo cabe numa cor.
Toda a tristeza do mundo cabe numa flor
que ainda há
de fazer nascer
uma nova árvore
de fazer doer.
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Um comentário:
vincent era poeta e nem sabia. :)
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