terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Charqueado


Charqueado

Hoje vi meu livro
numa estante pública,
pendurado feito carne
na vitrina de um açougue.

Queria eu, pingasse sangue.
Ver luzir o brilho das gorduras
    (posta exposta)

Queria ver o nervo
mais incômodo entre as fibras.
Queria o cheiro mais vermelho,
a gota mais viva
e o visco mais rico.

Sede de sebo.


Mas hoje só tem carne-seca.

A cerveja ajuda a descer.




Laura com Selenita, acho que não muito após o lançamento.

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